quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ÉPOCA DE OURO DAS LOCADORAS



Quem tem mais de 30 anos ou por volta disso, com certeza já viveu o momento: sexta-feira ou sábado eram dias sagrados de se ALUGAR FITAS! A semana inteira você planejava, sonhava, idealizava esse momento especial. E quantas não foram as vezes em que, ao entrar na locadora, já íamos correndo na prateleira onde estavam os jogos do seu console e logo notavam que o jogo preterido já havia sido alugado? Ou, pior ainda, a caixinha estava ali, mas com uma etiqueta grande escrito “ALUGADO”?
Pois bem, esse é o tema do artigo de hoje, a ÉPOCA DE OURO DAS LOCADORAS
Sexta-feira, um típico dia que todo mundo gosta, principalmente por se anteceder ao final de semana, dias de descanso com a família, dia de passear, sair de casa… opa! Não para um gamer da década de 90! Em 1991, 1992 e arredores, pra quem gostava de videogame, a sexta-feira (e também o sábado) eram sagrados! Era o dia de ir na locadora mais próxima e pegar um, dois, três ou quantos mais jogos o bolso dos seus pais suportasse! Era a garantia de um final de semana cheio de diversão, desafio e alegria! Sim, o dia de alugar fita era uma felicidade só, somente interrompida quando pegávamos algum jogo ruim só por ter ido na idéia da capa…
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Nada como chegar na locadora e topar com seu jogo favorito disponível
No meu caso, sempre costumava alugar duas ou três fitas na sexta, pra poder entregar na segunda feira. E, geralmente, eu estava lá na porta da locadora antes dela abrir. Era uma algazarra de moleques vindos de todo os lados, uma correria pra entrar e conseguir pegar os melhores jogos pra se jogar no final de semana. Os jogos, na maioria dos casos, vinham etiquetados com cores diferentes, pra organizar os valores cobrados. Quanto mais famoso o jogo, mais caro seu aluguel, mas nada que superasse, falando em valores altíssimos, os 5 reais por dia. E sempre tinha aquele jogo que não parava nem dois dias na locadora!
Além de alugar as fitas e, em algumas lojas, permitir até a jogatina com televisões com timer, as locadoras eram também pontos de encontro de quem gostava de jogar. Muitas amizades duradouras foram feitas nesses lugares, onde muitos vinham pelo simples prazer de estar ali, palpitando, opinando ou simplesmente assistindo as pessoas jogarem e alugarem seus cartuchos. Pois era ali que as novidades chegavam primeiro, eram praticamente o único ponto de referência para lançamentos, nos quais se formavam até filas para serem vistos e jogados.
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Locadoras eram pontos fáceis de se fazer amizades
Era sim, tudo muito bom, tudo muito bonito e divertido, mas… o que aconteceu com elas? Pra onde foram aqueles anos mágicos, aqueles lugares especiais que mais pareciam templos da jogatina, abrigando clássicos que estávamos descobrindo aos poucos? O que aconteceu pras locadoras quebrarem de vez?
Na época dos 8 e 16 bits, o período por volta de 1988 até 1995, acredito que tenha sido o ápice das locadoras de videogames. Naquele tempo, não havia muita informação e nem os vários meios que temos hoje em dia, com o advento da internet por todos os cantos. O máximo que conseguíamos extrair de informações sobre algum jogo se dava através da experiência de algum amigo que já tinha jogado, ou então, comprando revistas, que eram caras pra época e nem todo mundo comprava. No Brasil tivemos diversas edições antológicas de revistas lendárias, como a Videogame, que trazia detonados e informações de vários jogos, tanto da Sega quanto da Nintendo e até do Atari 2600 e Game Boy.
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Jogar na locadora tinha todo um clima especial, muito diferente de jogar em casa, sozinho, como acontece com 99% das pessoas atualmente
Comprar cartuchos nessa época eram para poucos, devido à inflação ser astronômica. Então, a única forma era alugar os jogos por períodos de um ou dois dias, jogar o que conseguisse e devolver à locadora, mediante um pagamento módico. Essa foi a forma que conheci a maioria dos jogos que postei através do aluguel. Muitos dos que nasceram na década de 80 ou 90 fizeram uso das locadoras e sentem saudades dessa época. Era um tempo de total experimentação, pois muitas vezes você era induzido pela capa do jogo a alugá-lo, sem nem ao menos conhecer de fato o jogo. Poucos eram os que pediam pro dono da locadora por a fita pra funcionar, só pra ver como era. Menos ainda eram os que podiam comprar os cartuchos naquela época. E mais raros ainda eram os donos de locadoras que permitiam trocar a fita caso você não tivesse gostado do jogo.
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Prateleiras cheias nos levavam à uma dúvida crucial: o que pegar em meio à tantas opções?
Anos depois, mais ou menos entre os anos de 1994 e 1996, o Sega Saturn e o Playstation surgiram no mundo. Com o Playstation principalmente, a pirataria se tornou algo do cotidiano do brasileiro: comprar jogos piratas por 5, 10 reais era muito mais prático e simples do que ir numa locadora alugar um CD do console! Até baixar os jogos, alguns anos depois, era simples e rápido, só se gastava centavos pra comprar uma mídia virgem e você tinha qualquer jogo em mãos! Raros são os que alugavam jogos pra esses sistemas e eu vou dizer: fui um dos raros que alugou muito, tanto jogos para Sega Saturn como para Playstation. Não, eu não disse que não usufrui da pirataria, muito pelo contrário, ainda tenho um armário de jogos copiados em casa, mas, naquela época, principalmente no Saturn, eu aluguei muita coisa também. Mesmo depois de destravar o console, eu ainda fazia peripécias de alugar 3 ou 4 jogos na sexta-feira só pra poder entregar na terça. Com Guardian Heroes era assim. Talvez só pra sentir o clima do lugar, com pessoas jogando, eu sempre pintava por lá pra alugar alguma coisa.
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 Tive um Super Nintendo, adorava alugar fitas grandes lembranças
Outro fator seria a queda dos preços dos computadores pessoais. Como eu apresentei no especial sobre os emuladores, por volta de 1997 os primeiros emuladores completamente jogáveis já estavam circulando, o que anula quase que por completo a existência de um lugar para se alugar os jogos. Baixar um jogo e executá-lo no emulador, de graça, foi a pá de cal na história das locadoras.
Então o que quebrou de fato as locadoras foi a pirataria? Sim, de certo modo, a pirataria ajudou bastante nesse contexto. Como eu disse, pra que pagar dois reais num aluguel por um dia, sendo que por cinco reais você comprava o jogo e podia jogar o quanto quisesse? A pirataria foi, talvez, o principal combustível pra destruir a indústria das locadoras no Brasil. E, com essa destruição, todos aqueles anos de ouro convivendo com elas acabou ficando no passado e, agora com consoles cada vez mais conectados à internet, sem qualquer possibilidade de volta! Claro, ainda devem existir raras locadoras vivas, não como antigamente, mas existem. A maioria das que restou sobrevive praticamente de aluguel de filmes (que também é um mercado que quase foi destruído por completo por conta da facilidade de download e gravação) ou então se transformaram em sites de vendas de jogos.
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Essa imagem antológica não poderia faltar aqui!
O meu jogo favorito eu conheci em uma locadora aqui perto de casa o mais interessante é que ela ainda existe...esse jogo é o KILLER INSTINCT...mas falarei disso em outro post!!!
Capa do jogo Killer Instinct...vou fazer um post sobre esse jogo em breve!!!
E vocês, qual a experiência que tiveram com locadoras na época? Quais eram as mais badaladas do seu bairro? Deixe sua opinião experiências nos comentários. É sempre gratificante ler relatos de pessoas que também viveram essa época, um tempo onde o ato de alugar um game refletia em toda nossa diversão no final de semana e que, atualmente, faz muita falta.ME CONTEM AQUI NOS COMENTÁRIOS,espero que tenham gostado!!!

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